Quando à noite desfolho e trinco as rosas
É como se prendesse entre os meus dentes
Todo o luar das noites transparentes,
Todo o fulgor das tardes luminosas,
O vento bailador das Primaveras,
A doçura amarga dos poentes,
E a exaltação de todas as esperas.
Quando à noite desfolho e trinco as rosas
És tu a Primavera que eu esperava
a vida multiplicada e brilhante
em que é pleno e perfeito cada instante
Quando à noite desfolho e trinco as rosas
És tu a primavera que eu esperava...
Sophia de Mello Breyner Andresen
e fecho os olhos e sinto o aroma das pequenas rosas que crescem junto a um muro,
que tão bem conheço!
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