sábado, setembro 29, 2012

Soy tu aire



A vida é longe, o que mais me fascina!
Pudera, é o único factor que nos pode fascinar, uma vez que tudo o que temos, dela deriva.

Fruto de largas temporadas longe, sinto muitas vezes, que perco fragmentos da história, ou por não estar presente, ou por não fazer parte desses fragmentos que se constroem à medida que a vida corre.
Os anos passam, a vida passa por todos nós e é natural toda a candência de sucessivas alterações que paulatinamente nos vão acontecendo a todos.
Por isso, momentos passados com aqueles que em dado momento tiveram um papel importante na minha vida, me resultam muito mais prazerosos, do que eles próprios possam pensar. Por mais curtos que sejam.
Talvez não por essas pessoas terem tido um papel importante, mas sim por determinadas pessoas continuarem sempre a ter um papel importante na minha história, por mais longe que estejam. Alegro-me e entristeço-me, com as histórias que ouço sobre esses fragmentos perdidos, na minha ausência.

Foi o que me aconteceu ontem. Revi pessoas muito importantes para mim, pessoas que adoro, que me ensinaram (e continuam a ensinar) muito. Mas mais do que isso, é-me extraordinariamente grata a sua companhia, por serem pessoas fantásticas pelas quais nutro uma admiração ímpar e pela sensação de que o tempo volta atrás e tudo parece ser o que foi, quando nos víamos com muito maior frequência. Por vezes, penso que fruto das minhas opções, inevitáveis no percurso pessoal de cada um, perco muito, e é quando me dou conta que as raízes que em tempo tive continuam vivas e foram enriquecendo com novas raízes que vou criando, noutros lugares, com outras pessoas, que me vão enriquecendo e que entram na história, tal como os outros antes entraram e que agora também já fazem parte dessa mesma história.

Ainda assim, por muitas mais pessoas que entrem nessa esfera próxima dos relacionamentos pessoais, há sempre um lugar muito especial, ocupado por essa história de vida, que nada, nem ninguém apaga. E esses abraços, por muito que tardem em chegar, têm sempre um sabor mais mais poético, que qualquer outra coisa.

Por isso, agradecemos à moda do Habitualmente.

Vinde para aqui, para o reviralho,
e não quiserdes, ide...

Tenho também saudades de um tempo, em que tinha muito tempo. Um tempo que não se repete, da mesma forma que não se esquece!

Como diria o Vinicius de Moraes, a vida amigo, a vida é a arte do encontro, embora haja tanto desencontro nesta vida.

E eu brindei, brindo e brindarei, aos encontros felizes que bordam os meus dias.

Boa noite, eu vou com as ondas...


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