Nas tuas mãos repousa a minha vida
falta-me um gesto teu para acordar
pássaro triste, asa enfraquecida
sem o teu corpo, o céu para voar
nas tuas mãos deixei a minha vida parar
Se tu soubesses tudo o que eu invento
se adivinhasses quando eu te chamo
amigo, noivo, nardo, irmão, lamento
rosa de ausência que desfolho e amo
se tu soubesses como o tempo é lento esperando
Tu voltarias como o sol na primavera
trazendo molhos de palavras como cravos
trazendo o grito de uma força que se espera
e cheira a seiva, medronhos bravos
Tu voltarias como a chuva no outono
trazendo molhos de palavras
como nuvens trazendo a calma
que abre as portas para o sonho
trazendo o corpo sabendo a uvas,
tu voltarias cantando
Das minhas mãos renasce a nossa vida
e sei que posso falar-te a toda a hora
basta cantar-te para possuir-te
és o sítio onde o canto se demora
estou a inventar-te e a destruir-te
agora
agora
José Carlos Ary dos Santos
1 comentário:
Beijos, Pedro. António Pedro Ribeiro. Gostei muito de te ver ontem no Púcaros. Diz coisas. apedroribeiro@hotmail.com
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