Deixem que vos conte um episódio que me aconteceu hoje de manhã, enquanto tentava desesperadamente beber um café que me mantivesse os olhos abertos perante as vozes monocódicas e comunicações de somenos interesse num simpósio onde marquei presença nos últimos dias...
Cheguei com um ligeiro atraso (o que não é meu hábito) mas como é domingo e o simpósio decorre de igual maneira, esteja ou não esteja eu presente... Deixei-me ficar mais meia hora a saborear os prazeres do descanso e do conforto da almofada.
Como já passava da hora, não tomei o pequeno almoço (o que é meu hábito) e comecei a correria que me levou ao anfiteatro onde decorria o simpósio: - Bom dia, bom dia, já começou à muito tempo?, entrei de fininho e sentei-me.
Ao fim de meia hora a bocejar, decidi sair de fininho em busca da tão desejada bebida com café, acompanhada de algo que me aconchegasse o estômago, para vencer a resistência ao domingo de manhã...
E agora começa o meu drama (porventura partilhado com muitos de vós), eu tenho o hábito de pedir galões ou meias de leite, bebidas muito populares no nosso país. São raros, raríssimos os cafés que servem galões e meias de leite a uma temperatura passível de ser consumida em menos de meia hora, ou seja, chegam-nos sempre à mesa terrivelmente escaldantes. Algumas vezes tenho o cuidado de pedir "morno" mas mesmo que se peça, quase nunca se pode sequer tocar no copo.
Hoje pedi 'uma meia de leite mas sem ser a escaldar', ao que a senhora me responde: "Compreendo, quer assim um bocadinho mais que morno."
Fiquei maravilhada, alguém sabia exactamente o que eu queria e conseguiu transpô-lo para palavras.
Na realidade a meia de leite estava no ponto. Nem escaldante, nem fria, estava óptima. De hoje em diante tentarei usar as sábias palavras da senhora do café: "sff, quero uma meia de leite, assim um bocadinho mais que morna. Obrigada."
1 comentário:
Voilà!!! Aprendi: "assim um bocadinho mais que morna."
É que, também eu, não aguento, quando a "morna" que peço,sai um pedação de quente. :)
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