sábado, junho 16, 2007

Soneto de Fidelidade






De tudo, ao meu amor serei atento
antes, e com tal zelo, e serei sempre tanto
que mesmo em face de maior encanto
dele se encante mais meu pensamento.

Quero vivê-lo em cada momento
E em seu louvor hei-de espalhar meu canto
e rir meu riso e derramar meu pranto
ao seu pesar ou seu contentamento.

E assim, quando mais tarde me procure
Quem sabe a morte, angústia de quem vive
Quem sabe a solidão, fim de quem ama...
Eu possa me dizer do amor (que tive):

que não seja imortal, posto que e chama
Mas que seja infinito, enquanto dure.

Vinicius de Moraes

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