domingo, janeiro 04, 2015

A eterna novidade do mundo



Adoro esta oportunidade anual que a passagem de ano nos dá.
Reflectir sobre os últimos 365 dias...
Traçar uma enorme lista de processos de intenções para o seguinte ciclo
Sempre me assalta a nostalgia nesta noite,
qual ritual iniciático, que nos prepara para novos voos!
... essa forma peculiar de despedir o transacto.

Foi um ano interessante, povoado de continuações,
de reforços de laços, mas inevitavelmente também contemplou cisões, 
surpreendentes novidades, novos círculos, grandes mudanças
grandes regressos ao passado e antevisões do futuro.
Perdemos alguns, ganhámos outros pelo caminho
dos que perdemos, alguns caminham connosco de todas as formas
outros deixaram de caminhar, simplesmente porque nao caminham mais 
ou apenas porque já nao os queremos a caminhar ao nosso lado
Os que ganhámos, contemplam-nos com a alegria da descoberta,
da alucinada vontade de explorar todos os momentos e todas as opiniões,
reforçámos laços e descobrimos novos caminhos
novas rotas, novas formas de dizer quanto queremos os que nos acompanham
mas também novas formas de confirmar que há becos sem saída, 
e que o nosso caminho passa por outros trilhos!
Acompanha-nos sempre alguma tristeza e sentimento de perda, 
compensado pelos os novos ganhos.
Mas também o alívio de nao morrer sem tentar!
Porque a vida quer-se a explorar todas as possibilidades!

2014 foi um ano forte, como se quer de todos os anos,
de abrir caixas de Pandora,
Para que servem caixas fechadas?
Acaso poderíamos olhar para elas, sem saber o têm dentro?
de extremos, de ampla gama de sensações,
daquelas que nos fazem sentir vivos em todas as nossas dimensões
Seja qual for a sensação, o importante é sentir tudo
(como diria o Álvaro de Campos).
Sentir tudo exageradamente
(se nao, acaso a vida valeria a pena? acho que nao!)

Dado ser altamente resistente à mudança, 
sou forçada a confessar que me anima a incerteza,
e que quase sempre prefiro saltar ao desconhecido do que ficar no mesmo lugar,
caso contrário nao haveria outra explicação lógica para justificar-me!
Quando estou demasiado confortável, obrigo-me a mudar,
Ainda nao percebi bem porquê...
Valem-me as âncoras fortemente estabelecidas,
as certezas de que algumas coisas estão lá,
por fortuna, sempre lá!
rotas do afecto às quais posso voltar e refugiar-me na adversidade
Terão todas as pessoas este conforto?
Talvez as tenham os que as merecem e os que as cultivam!
Sinto-me continuamente abençoada com a demonstração da potente força das raízes!

Que a mudança nos brinde com a certeza dos afectos,
que as raízes fortes que nos sustentam se mantenham firmes
e com a eterna novidade do mundo
à qual mantenho os braços abertos, hoje e sempre, 
enquanto viva!


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