domingo, dezembro 07, 2014

A falar não posso dar-me




Sou do fado
Como sei
Vivo um poema cantado
De um fado que eu inventei

A falar 
Não posso dar-me 
Mas ponho a alma a cantar 
E as almas sabem escutar-me 

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou

Esta voz tão dolorida
É culpa de todos vós
Poetas da minha vida

É loucura,
ouço dizer
Mas bendita esta loucura
de cantar e de sofrer

Chorai, chorai
Poetas do meu país
Troncos da mesma raíz
Da vida que nos juntou

E se vocês não estivessem a meu lado
Então não havia fado
Nem fadistas como eu sou



Ai esta alma lusitana, 
como uma lapa, 
agarradinha à saudade!

Saudades desses troncos da mesma raíz...

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