Se eu fosse um Barco de Aveiro
Quem me dera navegar
Ir como um moliceiro
Pela Ria até ao mar
Quem me dera ser um barco
Quem me dera navegar
Pela força da maré
Embrenhar-me nos canais
Nunca navegando à ré
Soltando amarras no cais
Refluindo, refluindo
Refluindo até jamais
Enredar-me em moliço
E prender-me ao meu anzol
Morder-te como ao isco
E ficar em terra ao sol
Ressecando, ressecando
Ressecando com o sal
Andam mil barcos na Ria
Desde Mira até Ovar
Se eu fosse um deles eu ia
Pela água procurar
Onde vives, onde pulsas
Como brilha o teu olhar
Paulo Moreira
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