quarta-feira, novembro 07, 2007

Pequeninos impérios ou uma questão de tamanho

Caríssimo amigo, na ausência de vontade de lhe dirigir pessoalmente esta carta, dirijo-a à blogosfera em geral e a si em particular.
Com todo o respeito e admiração que sempre lhe devotei. Tenho umas linhas para lhe dedicar:
É fantástica a forma como vamos crescendo e como os nossos conceitos e ideias sobre certas pessoas se vão modificando.
Mais fantástico é, quando todo este processo não é acompanhado de dor ou de desilusão. Quando este processo é apenas acompanhado por uma tomada de consciência imparcial e madura.
Não é agradável descobrir a real condição de pessoas que idolatrámos durante longos anos. Encaixar racionalmente, que afinal não passam de pequenos animaizinhos, agarradinhos às suas quintinhas, com medinho dos outros, com medinho que se lhes retire o seu pequenino imperiozinho, com medinhos pequeninos, medinhos mesquinhos e medinhos ridículos.
É uma pena constatar, que pessoas que julguei possuidoras de um vasto potencial, extensa sabedoria e merecedores de grande admiração da minha parte, afinal não passem de uma triste figura de gente infantilizada até ao tutano.
Gente grande, tão grande que só falam alto dentro das portas de casa.
Gentinha dos cochichos, do disse que disse, com o dorso arqueado e a voz baixinha para que ninguém note de quem falam.
Gente grande, tão grande que afinal não passam de cobardezinhos agarradinhos aos tachinhos e às suas ideiazinhas apodrecidas com o passar dos anos.
Gente grande, pela posição que goza e que afinal cai por terra, quando pela primeira vez na vida faz qualquer coisa em prol das "causas", das quais sempre se fizeram ouvir como grandes defensores.
Gente que se agarra a uma causa, não pela causa em si, mas pela pirraça que provoca em terceiros e que passa mais de 20 anos agarrado a essa pirraça, como se o mundo não fosse composto de mudança.
Gente que engraxa o sapatinho do mais forte à espera da festinha na cabeça, quando a única coisa que apregoa ao mundo é o terrivel monstro que caminha naquele sapatinho...
Gente que tenta moldar as mentes alheias com as suas ideias movidas por fátuas infatilidades.
Gente que se enfurece com a discordância de ideias, mas que engole em seco para não fazer má figura e aproveita todas as oportunidades para "desengolir" mas nunca delante do dito discordante.
Gente que se espuma e sopra e nunca exterioriza as suas sinceras emoções. Gente da qual se vê sempre o mesmo sorrizinho hipócrita.
Gente grande, tão grande que não concordando com determinadas posições se cala, consente e vai para casa ralhar e teorizar... meia dúzia de minutos depois. Porque em casa são uns heróis e na rua também eram, mas deixaram de ser!
Gente grande, tão grande que sorriem com os dentes à mostra, mas através dos quais se vê a grande dentatura enraivecida de inveja infantil e ridícula.
Hipocrisia, meus amigos, sempre foi um traço da personalidade que nunca me agradou.
Não gostou, venha fazer melhor, terei todo o prazer em enaltecer as suas grandes capacidades, como sempre fiz no passado e como com grande pena minha, não posso fazer agora. Espero que me surpreenda, mas desta vez, pela positiva.
Com os mais cordiais cumprimentos,
Mystic's
.
P.S. - Não estava à espera? Já devia saber que come tudo pela mesma tabela, concerteza não iria abrir excepções a este nível. O carácter não se inventa, ou se tem, ou se tenta...
Cuspiu no pratinho? Vá lá a casa lavá-lo com super pop limão que isso passa-lhe! Vá lá, não chore! Ainda lhe sobram alguns créditos, deve haver alguém que o admira ainda... ou já não?

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