segunda-feira, abril 16, 2007

Porque que nos apaixonamos pelas pessoas erradas


Ora aqui está uma perspectiva interessante...


* Através da agência Lusa

"A tendência para gostar sempre da pessoa errada é um comportamento patológico que, geralmente, só se resolve com "uma catástrofe", como a perda do emprego ou até de um familiar. Quem o diz é a psicóloga clínica Ana Cardoso de Oliveira, que hoje dá uma palestra sobre o tema no teatro A Barraca, em Lisboa. "Porque nos apaixonamos pelas pessoas erradas" é o título da intervenção organizada pela Associação Lavoisier, a que a psicóloga preside.

"O acto de nos apaixonarmos tem a ver connosco, somos nós que queremos actualizar uma parte de nós e que procuramos no outro características que gostávamos de ter, como por exemplo a extroversão", explicou Ana Cardoso de Oliveira à Lusa.

De acordo com esta psicóloga, que se licenciou no Instituto Superior de Psicologia Aplicada (ISPA) e se doutorou em Bolonha, Itália, a pessoa que se apaixona por alguém errado está a canalizar os sentimentos "para o seu oposto e não para o seu complemento".

Como resultado, "ao fim da primeira semana de relacionamento, a pessoa começa a cobrar à outra pelos seus hábitos individuais", iniciando-se um processo de "culpabilização do outro por ele ser como é e não se adaptar a nós", declarou Ana Oliveira.

Isto não acontece entre pessoas que sejam complementares, já que aí a tendência é para a mútua aceitação e não para o choque de caracteres, revelou a mesma fonte.

Ainda segundo a psicóloga, esta tendência para gostar da pessoa errada "é patológica e revela um padrão que apenas se rompe através da psicoterapia, ou numa situação de catástrofe, como a perda de um familiar ou do emprego".

"Nessas situações de crise, que podem dever-se a um acontecimento negativo específico ou a uma agregação de vários problemas, a pessoa tende a colocar tudo em causa e, então, coloca também o seu relacionamento, o que constitui uma oportunidade de mudança", assegurou Ana Cardoso de Oliveira.

A palestra "Porque que nos apaixonamos pelas pessoas erradas" integra um ciclo de conferências que tem vindo a ser dinamizado pela Associação Lavoisier, uma Instituição Particular de Solidariedade Social que intervém na área da saúde mental. "


Às vezes é preciso ver o fundo do poço para sair dele,
é preciso esticar a corda até partir,
não vale a pena que nos digam,
temos que chegar ao fim.

Sem comentários: