terça-feira, janeiro 16, 2007

o vento bailador das primaveras

quando à noite desfolho e trinco as rosas
é como se prendesse entre os meus dentes
todo o luar das noites transparentes,
todo o fulgor das tardes luminosas,
o vento bailador das primaveras,
a doçura amarga dos poentes,
e a exaltação de todas as esperas

quando à noite desfolho e trinco as rosas
és tua primavera que eu esperava




Sophia de Mello Breyner Andresen

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