sexta-feira, maio 19, 2006






O meu mais puro sorriso
eu não mostro a ninguém;
mas sei rir, quando preciso,
a quem me sorri também.


P’ra mentira ser segura
e atingir profundidade,
tem de trazer à mistura
Qualquer coisa de verdade.


Diz-nos a nossa consciência
que temos obrigação
de por a inteligência
ao serviço da razão


Mas que inteligência rara!
E julgas-te uma competência!
Nem sei como tens cara
p’ra tanta inteligência!


Quem me vê dirá: Não presta,
nem mesmo quando lhe fale,
porque ninguém traz na testa
o selo de quanto vale.



Nas quadras que a gente lê,
quase sempre o mais bonito,
está guardado para quem lê
o que lá não está escrito.


Após um dia tristonho
De mágoas e agonias
Vem outro alegre e risonho
São assim todos os dias.



Mentiu com habilidade
Fez quantas mentiras quis
Agora fala a verdade
Ninguém crê no que ele diz.


António Aleixo

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