quinta-feira, fevereiro 23, 2006
HAVIA UMA PALAVRA
Havia
uma palavra
no escuro,
minúscula, ignorada.
Martelava no escuro
martelava
no chão da água.
Do fundo do tempo.
martelava
contra o muro
Uma palavra
No escuro
Que me chamava
Eugénio de Andrade
(In “Matéria Solar”, 1980)
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